A história das mentalidades em análise
A História das Mentalidades traz uma análise dos pensamentos, costumes e idéias de uma determinada época, assim como de uma determinada região e também de estruturais sociais diferentes. Através da mesma podemos compreender como certas atitudes e modos de agir são aceitos hoje, porém eram julgados anteriormente. Essa perspectiva historiográfica surgiu após a Primeira Guerra Mundial com um grupo que tinha como membros Lucien Febvre e Marc Bloch, famosos por inspirarem em 1929 a escola dos Annales. Através do estudo das mentalidades podemos analisar também o período de transição da Idade Média para a modernidade nos inserindo, nos costumes, nas idéias, no modo de enxergar dos atores, ou melhor, sujeitos históricos, vários aspectos como os políticos, econômicos e religiosos.
Disponível em: hugoleonardohistoriador.blogspot.com
Analisando o aspecto religioso na transição da chamada Idade das Trevas para a Idade Moderna na Europa, já que nosso conteúdo está centrado nesse tema, percebemos a grande reviravolta que se instala sobre as bases da Igreja Católica. No período da Idade Média a Igreja tinha seu poder instalado e centralizado ao contrário do sistema feudal que fragmentava o poder através das leis estabelecidas em cada feudo. Todo esse processo foi iniciado a partir da “invasão” dos chamados “bárbaros” quando o império romano passa por um processo de encontro cultural entre os considerados bárbaros que traziam sua cultura e juntamente com isso sua religião pagã através dos olhos romanos. A Igreja busca manter uma sociedade cristã em meio a costumes diferentes e modos de viver diferentes daquilo considerado correto. As medidas tomadas irão desde a volta ao Antigo Testamento com decretos eclesiásticos como leis a serem cumpridas por todos, a especialização da profissão sarcedotal nos ritos litúrgicos, pagamento de dízimos, até a obrigação de comparecer em missas, ouvir cantos e estabelecimento de um modelo de comportamento. Porém, esse processo de estruturação de uma ordem em meio a uma sociedade sem poder centralizador liga a espiritualidade não ao seu lado subjetivo de fé e crença mais ao de cumprimento de deveres, de ritos. Outro fator importante era o sentimento de medo estabelecido nas pessoas que pensavam no Deus como julgador e acreditavam na punição que este daria caso não cumprissem com as determinações da Igreja.
Com o enfraquecimento do feudalismo e o início do estabelecimento do poder dos Estados Absolutistas a Igreja começa a perder seu poder, primeiro com a tomada de terras pelo Estado, e depois com a aceitação do poder real agora representante divino. O choque de interesses e objetivos provoca conflitos. No século XIII os valores e as mentalidades mudam, tornam-se mais terrenos isso se liga claro aos aspectos econômicos com o a semente do sistema capitalista e os interesses burgueses. A figura do usurário deve ser destacada, pois demonstra exatamente o encontro da quase modernidade e das novas formas de obter riqueza, com os padrões antigos do cristianismo. A Igreja mais do que nunca investe no medo, na figura do diabo, do purgatório, em histórias horrendas sobre aqueles que ganham dinheiro através do empréstimo e dos juros e acabam mortos com bichos em suas bocas. Abaixo a Figura do Usurário e sua mulher.
Nesse processo o que podemos analisar é que existe uma mudança na mentalidade, nas idéias, e os sujeitos históricos querendo ou não possuem traços de memórias incomuns em determinada região e época é o que se pode chamar de memória coletiva.
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Analisando o aspecto religioso na transição da chamada Idade das Trevas para a Idade Moderna na Europa, já que nosso conteúdo está centrado nesse tema, percebemos a grande reviravolta que se instala sobre as bases da Igreja Católica. No período da Idade Média a Igreja tinha seu poder instalado e centralizado ao contrário do sistema feudal que fragmentava o poder através das leis estabelecidas em cada feudo. Todo esse processo foi iniciado a partir da “invasão” dos chamados “bárbaros” quando o império romano passa por um processo de encontro cultural entre os considerados bárbaros que traziam sua cultura e juntamente com isso sua religião pagã através dos olhos romanos. A Igreja busca manter uma sociedade cristã em meio a costumes diferentes e modos de viver diferentes daquilo considerado correto. As medidas tomadas irão desde a volta ao Antigo Testamento com decretos eclesiásticos como leis a serem cumpridas por todos, a especialização da profissão sarcedotal nos ritos litúrgicos, pagamento de dízimos, até a obrigação de comparecer em missas, ouvir cantos e estabelecimento de um modelo de comportamento. Porém, esse processo de estruturação de uma ordem em meio a uma sociedade sem poder centralizador liga a espiritualidade não ao seu lado subjetivo de fé e crença mais ao de cumprimento de deveres, de ritos. Outro fator importante era o sentimento de medo estabelecido nas pessoas que pensavam no Deus como julgador e acreditavam na punição que este daria caso não cumprissem com as determinações da Igreja.
Com o enfraquecimento do feudalismo e o início do estabelecimento do poder dos Estados Absolutistas a Igreja começa a perder seu poder, primeiro com a tomada de terras pelo Estado, e depois com a aceitação do poder real agora representante divino. O choque de interesses e objetivos provoca conflitos. No século XIII os valores e as mentalidades mudam, tornam-se mais terrenos isso se liga claro aos aspectos econômicos com o a semente do sistema capitalista e os interesses burgueses. A figura do usurário deve ser destacada, pois demonstra exatamente o encontro da quase modernidade e das novas formas de obter riqueza, com os padrões antigos do cristianismo. A Igreja mais do que nunca investe no medo, na figura do diabo, do purgatório, em histórias horrendas sobre aqueles que ganham dinheiro através do empréstimo e dos juros e acabam mortos com bichos em suas bocas. Abaixo a Figura do Usurário e sua mulher.
Disponível em: memoriarecenteeantiga.blogspot.com
Nesse processo o que podemos analisar é que existe uma mudança na mentalidade, nas idéias, e os sujeitos históricos querendo ou não possuem traços de memórias incomuns em determinada região e época é o que se pode chamar de memória coletiva.
REFERÊNCIAS:
LE GOFF,Jacques. Entre o dinheiro e o Inferno:a usura e o usurário. In:____________. A bolsa e a vida;a usura na Idade Média. Trad.Rogerio Silveira Muoio. São Paulo:Brasiliense.2004. P.9-15.
VAUCHEZ,André. Gênese da Espiritualidade Medieval (séc.VIII-incício séc.X). In:_____________. A Espiritualidade na Idade Média Ociedental;séculos VIII a XIII.Trad.Lucy Magalhães.Rio de Janeiro:Jorge Zahar.1995.P.11-30
Com o enfraquecimento do feudalismo, o crescimento da burguesia, a expansão comercial, o surgimento das monarquias, o mercantilismo, surge uma nova era: a Idade moderna
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