Essa linha de pensamento historiográfico se preocupa em estudar aqueles que ficaram esquecidos pela História os membros das chamadas classes subalternas. A pouca informação dessa classe se dá também pelo fato da mesma ter seus testemunhos quase em sua maioria oral e os documentos encontrados trazerem os olhos daqueles que tinham acesso a escrita , as classes dominantes, sobre os sujeitos das classes subalternas. Porém, é através de analises particularizadas desses documentos que se pode tratar de uma circularidade cultural num envolvimento de ambos os níveis, o dominante e o subalterno.
Carlos Ginzburg, em O Queijo e os Vermes traz a figura de Menocchio, um moleiro, que surpreende pelo fato de saber escrever, e que é perseguido pela Inquisição por ideais protestantes ligados aos anabatistas. Através dos processos inquisitoriais pode-se estudar o sujeito e sua relação com o meio que vive os camponeses, e os costumes existentes nesse meio social e ao mesmo tempo com o processo que ocorre da Contra-Reforma e as mudanças religiosas da época.
2.0 Os sujeitos históricos e o ensino da História.
Os sujeitos históricos são de grande importância para a aprendizagem dos alunos dentro da sala de aula. O que não podemos esquecer é que além dos sujeitos históricos podemos estudar a vida cotidiana que se relaciona com as pessoas os atores sociais. Os nobres podem ser estudados através da vida privada de seus castelos, os escravos através da convivência e analise das senzalas do século XVI no Brasil colonial. Esse estudo possibilita também que os alunos estudem os cotidianos passados e comparem com os de depoimentos de seus avos ou com sua vida privada atual. A utilização de fotos, filmes, e qualquer recurso que traga o passado mais próximo ao aluno, permitem uma visão mais clara de como os sujeitos, sejam os mais conhecidos ou aqueles chamados comuns, conviviam em seu meio.
http://surrealismodoacaso.wordpress.com/2008/04/07/india-2/ (Napoleão Bonaparte)
Hoje, os alunos podem compreender que são sujeitos históricos todos os seres humanos. Porém, é fato que certos personagens, os chamados heróis, como Napoleão Bonaparte, Zumbi, Tiradentes, trazem um drama em suas histórias e despertam grande interesse. Isso não deve ser desperdiçado até porque o professor pode apresentá-los e trazer uma nova perspectiva e desmitificar certos pensamentos estabelecidos sobre essas figuras. Até porque temos que lembrar que os heróis não são compostos por uma categoria homogênea de mesmo tipo. Assim como não agradam a todas as pessoas e todas as classes. Outra maneira de trabalhar os heróis em sala é trazer os que se encontram mais próximo, os que participaram da História da região ou do local, existem figuras nos próprios bairros que trazem grandes representações sociais.
Referências
GINZBURG, Carlo. Prefácio à Edição Italiana. In:__________.O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.P.15-34.
TOURINHO,Maria Antonieta de Campos. Os sujeitos históricos e o ensino de História: Os heróis precisam ser banidos?E - Revista,Unioeste. Disponível em: . Acesso em: 25 de junho de 2010.
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